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  • Foto do escritorPedro Gouvêa

A mente socialmente ansiosa: Devo combatê-la?


O termo "mente" já se tornou um termo do senso comum há muito tempo. Porém, uma definição técnica do que é a "mente" pode ser resumida da seguinte forma: Um fluxo incessante de palavras e imagens que povoam a nossa cabeça diariamente e influenciam o nosso comportamento. Em outras palavras, temos uma "máquina de palavras" ativa 24h por dia na nossa cabeça.

Agora imagine que essa "máquina de palavras" fique lhe dizendo constantemente coisas do tipo: "será que vou incomodar?", "vão me achar estranho", "vão perceber que estou nervoso e ver que tem algo errado comigo", "não consigo conversar direito com as pessoas", "vou parecer ridículo na hora de falar", etc. Essa é a mente de um ansioso social.

A sua máquina de palavras está programada para se preocupar com o julgamento alheio e criticar qualquer erro mínimo que você possa cometer em público. É claro que essa programação não é aleatória, ela é resultante da sua própria história de vida. Ou seja, a sua máquina de palavras aprendeu a sempre lhe dizer essas coisas quando você está em uma situação social.

O poder da máquina de palavras pode ser tão grande que quaisquer esforços para fazer com que ela lhe diga palavras diferentes pode ser inútil. Lembre-se! Ela já foi programada ao longo de toda uma vida para escrever assim.

Talvez você consiga enganá-la por um tempo, propondo frases mais positivas como, "peraí, eu posso me sair bem com as pessoas", ou "eu sou capaz de falar em público". De fato, isso pode funcionar. Mas, em geral, a máquina de palavras não é boba e voltará a lhe importunar com as velhas preocupações.

Nesse sentido, parece que tentar combatê-la não é a solução. Pelo menos a longo prazo. Então, qual a solução?

Bem, essa resposta poderia valer milhões. Mas, infelizmente, as questões psicológicas não são como problemas de matemática, onde há uma solução exata. Porém, se já sabemos que tentar enganar ou combater a máquina de palavras não funciona, estamos em um posição melhor para tentar alternativas.

Uma das coisas que costumo sugerir em psicoterapia é apenas notar os pensamentos que a mente gera e começar a tratá-los como meros pensamentos. Não se trata de tomar os pensamentos como verdadeiros ou falsos, adequados ou inadequados, mas simplesmente perceber que você está tendo pensamentos.

Existe uma diferença muito grande (mas também sutil), entre TER um pensamento e SER um pensamento. Por exemplo, ter um pensamento de "ser estranho" é diferente de realmente ser estranho.

Essa mudança de postura em relação aos pensamentos pode gerar muitas mudanças positivas e criar uma sensação de liberdade em relação a eles. Reflita sobre isso: Você tende a tomar seus pensamentos como retratos fiéis da realidade ou consegue vê-los como apenas pensamentos que a sua máquina de palavras cria?



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