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  • Foto do escritorPedro Gouvêa

Psicólogo, faça terapia!

Às vezes, me deparo com reações de estranheza quando digo que faço terapia ou quando menciono que psicólogos também fazem terapia. Essas reações geralmente estão muito associadas à ideia negativa de se fazer psicoterapia que ainda se faz presente na nossa sociedade.

Fazer terapia ainda carrega uma boa dose de preconceitos, como ser algo de "maluco", "problemático" ou "fraco". Nada poderia estar mais longe da verdade.

O conhecimento na área da psicoterapia avançou de tal modo nas últimas décadas que, hoje em dia, a ideia de desenvolver autoconhecimento e promover ou reforçar potencialidades é mais enfatizada do que propriamente tratar uma "psicopatologia".

Existem diversos níveis, digamos assim, de psicoterapia. Por exemplo, um cliente pode buscar terapia em função de sinais e sintomas bem estabelecidos de um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), enquanto outro pode buscar terapia para aprimorar seu autoconhecimento e aumentar a qualidade de suas relações interpessoais.

Além disso, vivemos um contexto social atualmente em que nossa saúde mental é "posta à prova" a todo momento. Ou seja, somos sobrecarregamos por demandas excessivas de trabalho, conflitos conjugais e sociais, alta exigência por produtividade, solidão, dificuldades financeiras e uma série de outros fatores que podem afetar a nossa saúde mental.

E todos nós estamos expostas à tudo isso, inclusive os psicólogos. E estes deveriam ser os primeiros a se preocupar em cuidar de sua saúde mental, uma vez que lidam diretamente com o cuidado da saúde mental de seus clientes.

O mito de que o psicólogo é "perfeito", sabe perfeitamente lidar com seus problemas emocionais, não se estressa ou não adoece psicologicamente ainda prevalece na sociedade e precisa ser desfeito.

Os psicólogos são, antes de tudo, seres humanos, e estão expostos aos mesmos conjuntos de contingências sociais que seus clientes, portanto, também vulneráveis ao estresse psicológico e nem sempre irão conseguir lidar com ele sozinhos.

Da mesma forma que um dentista não está livre de ter uma dor de dente e precisar ir ao dentista ou um cardiologista ter um problema cardíaco e precisar ir ao cardiologista, o psicólogo não está livre de sofrer reveses emocionais e precisar de assistência psicológica.

O psicólogo, precisa, antes de tudo, ter uma responsabilidade ética com si mesmo e com seus clientes e isso implica cuidar de sua saúde mental regularmente para bem atender aqueles que precisam do seu serviço.

Portanto, enfatizo aqui esse terceiro pilar da formação de um profissional qualificado (pouco discutido e enfatizado) que é o de fazer terapia pessoal. Os outros dois pilares são o estudo teórico e a supervisão clínica.

Para finalizar, quero enfatizar novamente que é uma responsabilidade ética o profissional de psicologia fazer terapia. Lidamos com algo precioso que é a subjetividade do outro e temos que estar em dia com a nossa!!



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