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  • Foto do escritorPedro Gouvêa

A ansiedade/evitação social dos "intervalos"


Se você estuda ou trabalha e tem um alto nível de ansiedade social, talvez se identifique com um tipo particular de evitação bastante comum nesses contextos.

Na minha experiência clínica com clientes socialmente ansiosos, é relativamente comum o relato de ansiedade/evitação em certas situações sociais que envolvem conversações informais.

No entanto, essas situações informais ocorrem dentro de um contexto formal, como no trabalho ou na faculdade. Por exemplo, indivíduos com fobia de situações informais podem ficar extremamente ansiosos e preocupados quando se aproxima o horário de almoço do seu trabalho.

Do mesmo modo, um estudante universitário socialmente ansioso pode ficar tenso nos pequenos intervalos entre as aulas ou antes de se iniciar a mesma.

Em ambos os casos, esses indivíduos costumam evitar esse tipo de situação (p. ex., almoçar sozinho no trabalho, dar um jeito de almoçar em um horário diferente dos colegas, ficar dentro da sala de aula nos horários de intervalo ou evitar chegar antes da aula se iniciar).

É curioso observar que tais pessoas podem até mesmo se sentir tranquilas no seu desempenho profissional ou durante as aulas. Porém, quando se aproxima a possibilidade dos intervalos, elas podem ficar bastante perturbadas. Por que isso acontece e como lidar com a questão?

Normalmente, os fatores associados à esse medo específico envolvem uma dificuldade em iniciar e manter conversas em contextos informais, medo de ser o centro das atenções ou alvo de brincadeiras e, principalmente, medo de falar sobre assuntos pessoais.

Geralmente, essas pessoas não sabem como agir nesses contextos informais e ficam "perdidas" sobre como interagir com os demais. Isso pode levar a algumas consequências negativas tanto no ambiente acadêmico quanto profissional.

Por exemplo, não conseguir criar vínculos significativos com os colegas de trabalho, isolamento social ou passar uma imagem negativa equivocada (p. ex., de ser alguém "estranho" ou "antissocial").

A ideia básica de como lidar com isso deriva da exposição gradual com aceitação. Ou seja, você precisa criar uma abertura emocional para estar presente nestas situações mesmo que isso seja desconfortável para você.

O padrão de evitação só é rompido quando há abertura e disposição para experienciar o desconforto derivado de situações geradoras de ansiedade.

Isso é mais efetivo quando feito de forma gradual. Por exemplo, escolha um dia específico da semana para almoçar com alguns colegas no trabalho ou busque algum colega de turma para conversar por um breve período no intervalo de uma aula.

Vá com calma, siga o seu ritmo e vá aumentando gradualmente o seu nível de exposição. É possível que você esteja deixando de viver experiências importantes para você ao evitar essas situações e que poderiam lhe trazer mais satisfação nesses ambientes. Procure escolher ações baseadas em valores e não em emoções passageiras!!



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