Um sentimento muito comum entre fóbicos sociais é o de "não se encaixar" na sociedade. Muitos se percebem desconectados dos ambientes sociais que frequentam, como festas, reuniões sociais, grupos da faculdade e até mesmo dentro do grupo familiar.
É uma sensação de estranheza de si mesmo em relação aos outros. É como se o indivíduo não fizesse parte daquele universo, de alguma forma. Há uma forte sensação de não ser compreendido pelos demais.
Essa sensação pode ser decorrente de vários fatores. Pode ser devido a algum gosto peculiar, um hábito incomum ou um jeito de ser "diferente" da maioria.
No caso da fobia social, essa sensação costuma aparecer como consequência dos próprios sintomas do transtorno. Ou seja, o indivíduo interpreta que a sua ansiedade de julgamento, seus sintomas físicos e a sua preocupação exagerada com a opinião dos outros não são "normais".
Além disso, ele interpreta que o seu comportamento evitativo, "fechado" e retraído também não são normais. É comum pensarem: "há algo de errado comigo!".
Essas interpretações resultam das comparações que o indivíduo faz de si mesmo em relação aos outros. Se a maioria das pessoas são comunicativas, falantes e extrovertidas, logo, o indivíduo se percebe como um "ponto fora da curva".
De fato, há uma incompreensão muito grande da sociedade sobre a fobia social, o que certamente contribui bastante para que os indivíduos que sofrem com esse transtorno se sintam excluídos da vida social.
Dependendo do nível de gravidade do transtorno e do nível de inserção social do indivíduo, essa sensação de "não se encaixar" pode ser maior ou menor. Em níveis extremos, pode até levar a ideias de suicídio, tais como "se não há lugar para mim neste mundo, o que eu estou fazendo aqui?"
A situação atual de pandemia acabou amenizando muitos sintomas de quem sofre de fobia social, inclusive este que estamos discutindo. Porém, apenas amenizou, o que não significa uma melhora real do problema.
O ponto fundamental aqui é o seguinte: se você tem sensações como essa que lhe geram um sofrimento muito grande, busque ajuda profissional. Essa ajuda consiste em um psicólogo ou um psiquiatra. Sempre ressalto que é importante se atentar para a busca de tratamentos cientificamente embasados, como a terapia comportamental e cognitiva.
Embora seu sofrimento possa parecer único, há outras pessoas que experimentam a mesma sensação e pode ser produtivo se inserir em grupos de pessoas com problemas semelhantes. Isso tende a aliviar os sentimentos de vazio e solidão que geralmente acompanham o sofrimento do fóbico social!
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