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  • Foto do escritorPedro Gouvêa

Terapia comportamental de grupo para FOBIA SOCIAL


Pode parecer um contrassenso a ideia de tratar fóbicos sociais em grupo, visto que estes indivíduos se sentem extremamente ansiosos nesse tipo de situação. Porém, a literatura mostra que a terapia de grupo, especificamente as terapias comportamentais e cognitivas, tem resultados bastante efetivos com esta população.

Alguns estudos mostram, inclusive, que o formato de grupo pode ser superior, em termos de resultado, do que o formato individual para a fobia social.

Isso se deve ao fato da terapia de grupo apresentar algumas vantagens em relação à terapia individual. Podemos citar, por exemplo, a disponibilidade de parceiros para os exercícios de exposição simulada, a possibilidade de tornar mais realista as situações sociais treinadas, o conhecimento, por parte dos membros, de outras pessoas com problemas semelhantes (desfazendo a crença de que "só eu me sinto assim nestas situações"), a possibilidade de feedback natural do desempenho social de um membro em relação à outro, etc.

No entanto, é claro que nem todos os fóbicos sociais se beneficiariam desse tipo de tratamento. Por exemplo, fóbicos sociais muito graves, com padrões agressivos/não cooperativos ou com um transtorno depressivo grave, provavelmente, teriam poucos ganhos com o processo e prejudicariam o desenvolvimento saudável do grupo. Seria indicado que fizessem, primeiramente, uma terapia individual para depois iniciar um processo de grupo.

De qualquer forma, a própria atitude de uma pessoa com fobia social se dispor a participar de um grupo terapêutico já é um grande passo de coragem em direção à mudança. Só o fato de comparecer aos encontros, ainda que não participe, fique calada, já é um exercício de exposição, tão importante para a superação dos medos sociais.

A terapia comportamental de grupo para fobia social utiliza, basicamente, 4 estratégias de intervenção: reestruturação de pensamentos e regras desadaptativas, exposições simuladas, reforçamento natural dos comportamentos de melhora em sessão e exercícios de casa. Cada estratégia pode incluir técnicas específicas, que fogem ao objetivo do texto discuti-las aqui.

Antes de ingressar no grupo, cada potencial participante passa por uma (ou algumas) entrevista individual de triagem e orientação para o tratamento. Após essa avaliação individual e houver realmente o desejo de realizar o tratamento, a pessoa estará apta a iniciar o processo.

Por fim, é importante reforçar que uma terapia de grupo bem conduzida, por um profissional qualificado para isso (preferencialmente com experiência em casos de ansiedade social), pode trazer ganhos significativos e duradouros para a vida destes indivíduos, inclusive mudando padrões comportamentais muito resistentes à mudança.

Infelizmente, a oferta desse tipo de tratamento ainda é rara, assim como profissionais qualificados para conduzi-lo. Certamente, é uma área que merece mais investimento pela grande ajuda terapêutica que pode proporcionar àqueles que sofrem de fobia social. Em breve, voltaremos a esse assunto!!


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